Bahi era um menino camponês com uma obsessão
na vida: Conhecer o céu e o inferno. Queria mesmo saber se um era o deserto
escaldante e o outro a miragem em meio ao mesmo deserto que seus pais viviam
lhe contando em histórias e pregando peças. Em meio suas peraltices infantis,
cria que talvez as mesmas o impedissem de chegar ao Oásis que todo ser tem
direito quando" bonzinho".
De tanto pedir, veio à boa notícia das
ordens celestiais. Ele acordou com uma bela moça ao lado da cama, de cara soube
que não era um ser terreno, o rosto dela falava claramente isso sem nenhum
termo. O esticar da mão amiga, a mão direita aceitou sem titubear, soube que o
momento de esclarecer suas dúvidas enfim abordara.
Chegaram num lugar de bela paisagem, os
ruídos e alaridos vinham da mesma direção. Ela o deixou livre e o menino
agitado correu e o ao se deparar com aquela cena seu semblante fechou-se por
demais.
Era uma mesa enorme. Pessoas, pessoas e
pessoas ali sentadas, todas em prantos e gritos. Em cima da mesa um banquete se
perdia. Eram golousemas, pratos de toda sorte de paladares e todos se
estragavam assim, simplesmente. Incomodado olhou o Ser e indagou:
_Por que não comem?
Ela sorriu e respondeu:
_Olhe seus braços. - Que eram tortos,
todavia especificadamente com cotovelos para fora, assim não podiam comer e
assim padeciam com fome pela eternidade. A moça completou:
_Este é o inferno Bahi.
O garoto ficou atônito. Ali? Assim? Como? E
logo foram para o mesmo local.
_Mesmo lugar? - questionou o menino com
certo desapontamento.
_Não. Olhe mais atentamente. -pediu o Ser.
E ele viu que o ambiente era o mesmo,
mesma mesa abissal, mesmo banquete, pessoas com braços tortos, porém com belos
sorrisos nos em seus cenhos.
_Por quê?- Bahi necessitava compreender. E
o Ser apontou para a diferença. As pessoas não podiam pegar o próprio alimento,
no entanto, podiam alimentar ao seu vizinho.
Bahi emocionou-se.
Ali estava não só a diferença, ali se
explicava o céu.
Pois é leitor, nossas atitudes são que
constroem ou destroem onde estamos, e criam em nossas vidas nossos céus ou
nossos infernos.
Brilhante, Danka! Tantas vezes nos esquecemos dessa pequena (mas grande) diferença!
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